Coordenador Escolar

O PAPEL DO GESTOR ESCOLAR
O gestor e a escola, uma relação de comprometimento.

Para que alcancemos a gestão na e para a cooperação, as possibilidades apontadas até aqui precisam ser vivenciadas e fomentadas pelos gestores escolares.

Outra questão a ser destacada rapidamente, no que concerne ao papel do gestor diz respeito à diferença entre gestar e administrar. Normalmente, gestar volta-se mais para o conceito de governar, de conduzir, de dirigir. Já por administrar entende-se o gerir um bem. Cuidar, preservar os interesses dos que estão envolvidos com este bem. Nas teorias de administração contemporâneas, gestão escolar envolve um conjunto de funções desempenhadas por todos os envolvidos com a escola, com diferentes graus de complexidade e responsabilidades advindas das funções específicas de cada um. Cabe à equipe gestora coordenar essas funções. Observa-se que o sistema escolar desenvolveu, ao longo do tempo, uma hierarquia de autoridade bem definida. Princípios esses solidificados na visão tecnicista de educação e de difícil mudança. Entretanto, é importante ressaltar, inclusive para nossa reflexão, que esse sistema hierárquico (geralmente expresso nos Estatutos, Regimentos, PPP) contraria a filosofia ou os princípios democráticos e de integração proclamados hoje. A ideia de gestão hoje preconiza a busca de objetivos comuns, que devem ser concepções do grupo e como tal assumidos por todos. Em consequência o grupo estabelece suas diretrizes estratégicas. Implica obviamente a tomada de decisões colegiadas e uma mudança do paradigma de gestão.

Toda organização, inclusive as escolas, tem características próprias, tem cultura própria, que brotam das relações que se estabelecem entre os sujeitos, das relações dos sujeitos com o sistema maior. Sofre a influência de crenças, valores, conhecimentos, modelos, percepção da realidade e outros, que cada sujeito traz consigo, de acordo com sua origem e formação. Na escola, outros fatores também influenciam, como: a origem dos alunos (status social e econômico, credos e experiências) e a comunidade em que ela atua (área rica, área de desafios).

Explorando um pouco mais a questão da cultura, sabemos que, do ponto de vista da antropologia, ela pode ser estudada ou pesquisada sempre que existirem grupos sociais constituídos, como em uma escola, uma empresa, um clube, um prédio de apartamentos ou uma vila. Diferentes autores e diferentes escolas conceituam cultura organizacional com nuances e diferenças significativas. Entretanto, conforme Cavedon in Gestão Contemporânea de Pessoas, p. 322, “em um aspecto parece haver certo consenso entre os estudiosos, que é o de atrelar cultura organizacional ao condicionamento dos integrantes de uma dada organização no que tange às ações e aos comportamentos so-cialmente aceitos pela mesma“.

Na visão de Martins (2007), “a cultura organizacional ou corporativa nada mais é do que a transformação do conjunto de valores, princípios e políticas da empresa em atitudes, expectativas e normas a serem compartilhadas, adotadas e praticadas por seus funcionários”. Podemos definir cultura institucional como um conjunto de crenças, de valores, de atitudes, de formas de pensar e agir, que definem os modos como a organização age no seu dia-a-dia. Na escola, como em outras organizações, essa cultura transparece na forma como professores, alunos, funcionários agem uns com os outros. O grupo adota determinadas características, determinadas ações, que são reflexo de suas percepções a respeito daquilo que a escola defende como seus princípios básicos. Refletem os símbolos, as estruturas, os mitos e os padrões de recompensa existentes dentro do sistema de cada escola. Encontra-se aí uma das razões para perfis diferenciados entre escolas que teoricamente têm a mesma razão de ser.

O PAPEL DA EQUIPE GESTORA

Ampliando os comentários acima para uma visão de equipe gestora, destacamos que ela é a responsável pelo Projeto Político Pedagógico da escola em toda a sua amplitude, incluindo-se a consecução dos aspectos pedagógicos imbricados no mesmo. Assim sendo, deve comprometer-se a realizar participativamente o PPP da escola, sua implementação e avaliação permanente.

Podemos definir, entre inúmeras funções, algumas que são comuns a todos os integrantes da equipe gestora. Tais como:

• Responsabilizar-se pela tomada de decisões.
• Zelar e prover condições para que o fluxo de informações aconteça de forma efetiva.
• Estimular constantemente a equipe.
• Promover ações de desenvolvimento efetivo e constante da equipe, comprometendo-se dessa forma com o aprimoramento do processo ensino-aprendizagem.
• Construir um sistema de avaliação institucional interno e permanente na escola, identificando seus pontos fortes e fracos e instituindo ações de melhoria.
• Conhecer o sistema de avaliação externo, conscientizando a comunidade escolar de sua importância, garantindo a participação de todos no momento da avaliação, analisando seus resultados e organizando ações de melhorias dos resultados.
• Acompanhar e analisar os índices de repetência e evasão adotando medidas para minimizá-los.
• Acompanhar o desempenho escolar dos alunos procurando solucionar os problemas mais simples através de ações na própria escola e encaminhando, a atendimentos específicos, os casos em que essa ação se fizer necessária.
• Promover e participar de reuniões de pais e comunidade externa.



Vejamos sinteticamente as funções inerentes a cada componente da equipe:

O Diretor: Responsável pelas questões legais e pelos resultados pedagógicos. Articular e mobilizar a equipe. Gestor da dinâmica social. Articulador das diversidades para unidade.

Coordenador Pedagógico: Gestor do currículo Educador junto aos professores Responsável pela formação permanente (LDB - inciso 5 do Artigo 67).

Supervisor/Coordenador local: Acompanha e apoia as rotinas da escola e o seu PP. Articula as políticas públicas de proposições ou Execução.

 
Texto sobre os papeis e funções do trio gestor disponível no material fichário 3.1.3
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